• Turismo de aventura

    Opções alternativas para fugir dos roteiros turísticos tradicionais


      Incluída na lista de novas modalidades para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020, a escalada esportiva é uma opção para quem quer se aventurar na natureza, curtir belas paisagens e de quebra, se exercitar. A prática, que ganha cada vez mais cobertura da mídia, tem origens que remetem ao século XVIII, quando alpinistas começaram a desenvolver técnicas que os permitissem avançar por caminhos mais difíceis nas montanhas. Em termos gerais, considera-se escalada a subida vertical com superação de obstáculos, podendo ser praticada em montanhas, falésias e paredões rochosos ou de gelo.

      Não demorou muito para que diferentes modalidades e estilos surgissem. Escalada livre, esportiva e boulder são três das nove opções que o escalador pode escolher, variando entre níveis de dificuldade e segurança, com utilização de equipamentos ou não.
    Em São João del Rei, localizada na mesorregião do Campo das Vertentes, como o próprio nome já diz, possui um relevo ondulado popularmente conhecido como “mares de morro”, ideal para os amantes de escalada. E é na Serra do Lenheiro que tudo acontece.

      Webert Resende pratica o esporte há nove anos e conta como tudo começou. “Foi em um dia de recreação do cursinho pré-vestibular em 2010. Fomos para a serra fazer escalada e rapel. Depois não parei mais.” Ele desenvolveu a técnica e atualmente dá cursos de escalada para iniciantes.

      Um dos grupos, orientado por Webert, se encontra religiosamente aos sábados de manhã. A modalidade escolhida por eles é a esportiva, onde o escalador fica o tempo todo preso a uma corda conectada à “cadeirinha”, equipamento de segurança preso ao quadril e às pernas para dar sustentação. “A gente brinca que é mais seguro do que jogar futebol”, conta.

      A corda de proteção é ligada a uma estrutura de metal pregada na rocha e que recebe o nome de chapeleta. Cada trajeto de escalada é chamado de via e faz parte de um setor. A criação de um novo trajeto é “conquistar a via” e ela será batizada com um nome que remeta a uma história do conquistador. Na serra uma delas tem o nome de Ave Maria, porque o escalador caiu e na hora chamou o nome da santa. Existem também as vias Chega de Graça, Purgatório, Livre Arbítrio e por aí vai.

      William Teixeira participou da escalada pela segunda vez e conta que no início dá um pouco de insegurança até aprender a confiar no equipamento. “É uma luta com você mesmo, para perder o medo, aprender a ter força e resistência”, diz.
    Escalar exige muitos movimentos de braços e pernas, por isso, é importante estar equipado se quiser garantir um bom desempenho. Para as mãos, é utilizado o pó de magnésio para diminuir o suor e melhorar o atrito com as agarras. Nos pés, o calçado ideal é a sapata, uma espécie de sapatilha que garante mais precisão de movimentos.
    Glaucio Silva participa de grupos que utilizam outros setores da serra. Ele, que escala há cinco anos, percebe como a prática melhorou sua forma de encarar a vida. “Ter mais paciência nas dificuldades, na tomada de decisões e o equilíbrio de saber a hora de recuar ou continuar”, conta.

      A divulgação dos encontros é feita principalmente através do boca a boca e também em grupos de WhatsApp. O ponto de encontro é na serra e o acesso é pelo bairro Tejuco. Sempre tem carona solidária!


    Guia de Sobrevivência na Serra

    - Nunca vá sozinho;
    - Leve sempre água e lanche para passar o dia;
    - Para a escalada, é importante ter o sapato adequado e cadeirinha;
    - E lembre do protetor solar e boné!

    Texto por: Mariana Carvalho
    Fotografia: Cleo Morais
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